TRÊS PEDAGOGAS COM AMOR

TRÊS PEDAGOGAS COM AMOR

domingo, 2 de agosto de 2009

será por que temos que agradecer a Deus todos os dias??????





























bons livros....
























































Os livros são como borboletas, estão aqui, acolá, por todo lugar.... basta querer acompanhá-los










MAIS QUE ESPECIAL....



Um dia, uma alma, uma criança... (Fabio Gomes Ferreira)

Quando o canto dos pássaros convida o dia a se aproximar ele faz renascer também a esperança do homem, faz brotar da terra mais uma vez o amor, engrandece o lutador que utiliza sua armadura revestida de virtudes e de coragem. Faz o sol chegar quietinho e sempre convidando o homem a dar-se mais uma chance para sentir a gloriosa dádiva que se repete mais uma vez sob todas as cores do céu. E assim, faz-se sorrir lentamente murmurando a paz estabelecida num sussurrar que lentamente passa pelo vidro da janela.
Foi nesse dia, nesse céu de mesmas cores que Alexandre acordou e despiu sua alma. Levantou-se como todos os dias, como sempre fizera, mas derrepente por um impulso, por uma cutucada da alma desperta ele resolveu não mais colocar os pés no chão e seguir para o banheiro, resolveu puxar o cobertor que ainda estava sob seus pés e voltou pro sonho, pra aquele sonho que ele havia desperto a minutos atrás. Tentou voltar pro vento que vinha da janela, mas a mãe o chamou para as obrigações diárias. Como não poderia ser diferente, mais uma vez a alma deu-lhe outra cutucada, e Alexandre rompeu de vez a escuridão e o cheiro de sono, caminhando para o banho, na verdade cambaleando, tropeçando em sombras dos próprios passos. Como havia dito, ele deveria cumprir as mesmas tarefas, a primeira delas seria o banho e depois o café, em seguida o pão cheiroso da mãe coberto por um bom doce de banana, ou abóbora que não faltava naquela casa. Mas foi aí que o seu dia verdadeiramente começou, decidiu sentir primeiro o gosto da manhã comendo o seu doce que hoje era de goiaba, no lugar de sentir o gosto do creme dental, com sempre era acostumado a fazer. Então, Alexandre perguntou pelo pão, mas, infelizmente hoje pão não tinha, pois o trigo havia acabado fazia uma semana. A partir daí leitor, seria ele o primeiro a cuidar dos afazeres naquela humilde casa, de madeira gasta e telhado molhado pela neblina da noite em que tivera aquele sonho, o sonho de um dia feliz, brando e tranqüilo. Nesse momento Alexandre escutou a voz do irmão mais novo, tão novo, tão pequeno que dava vontade de pegar no colo e levar pra passear naquelas tardes de primavera que se aproximava. Próxima estaria estação, mas, ainda estava longe esse dia tão terno, que nem se quer fazia parte dos sonhos desses garotos, dessas crianças que só queriam um dia bom, um dia memorável nas lembranças infantis de criança. Foi nesse minuto de fantasia que dona Joana, a mãe dessas crianças fez dissipar-se esses sonhos convidando-os a labuta no pequeno sitio. Lucas, o menino novo, correu para acompanhar o pai que sairia nesse momento para a entrega do leite, e Alexandre, esse ficou para cuidar do serviço que o sitio tinha de sobras para um garoto da sua idade. Quando se aproximou daquela cerca, onde deveria apanhar os bezerros e separá-los de suas mães ele simplesmente parou, parou na cerca e não arredou o pé dali, de novo, a alma lhe cutucava, mas agora a dor era localizada, junto ao peito, onde batia um coraçãozinho fraco, porém, nobre para um garoto da sua idade. Nesse espaço que o separava da sua obrigação havia para ele mais que uns punhados de bezerros, havia a dor, havia o medo, cabia ali um punhado de angustias e mais uma vez a incerteza se essa seria a atitude correta. Na verdade Alexandre não teve muito tempo para pensar a respeito, porque dona Joana aos berros perguntou se ele estava pensando na morte da bezerra, e olha que não tinha refletido sobre isso antes, mas seria justamente esse o seu pensamento, talvez não a morte em si, mas no sofrimento que posteriormente poderia levar a morte não apenas dessa bezerra interpelada pela mãe, mas por todos os outros bezerros machos que ali se juntavam. Como não é de costume crianças como Alexandre questionar os mandamentos da mãe ele fez o seu serviço, com lágrimas que cerravam seu coraçãozinho fraco. Depois o menino voltou pra casa e ao se aproximar da mãe ela o interrogou sobre as lágrimas, sobre o possível machucado. Ele dissera pra mãe que o seu peito estava doendo, e talvez nessa hora não gostaríamos que Alexandre, com toda inocência de sua idade escutasse palavras tão duras e ao mesmo tempo tão vagas. Talvez teria sido melhor secar as lágrimas antes de voltar pra casa. Mas seria impossível isso acontecer, a alma desperta continuava a cutucar Alexandre e como dito, o menino teve que escutar as duras palavras que foram despejadas da boca da Mãe. Dona Joana disse em alto e bom tom que Alexandre iria se deparar com situações verdadeiramente duras ao longo de sua vida, que essas dores latejariam tanto que as feridas abertas por elas jamais se cicatrizariam, e que deixasse de ser mole, que não era mais uma criança chorona, era um rapazinho. Sem entender nada o menino foi para o único lugar onde se sentia seguro, protegido e longe de todas as coisas desimportantes, seu balanço na mais frondosa mangueira do sitio. Agora ele se perguntava sobre cada palavra dita pela mãe. Não encontrou respostas. Permaneceu com ele o silêncio e o vento agora fraco. Ficou ali, balançando alto, tão alto que quase poderia pegar uma nuvem, mas talvez um rapazinho não pudesse tocar as nuvens, nem balançar em uma mangueira. Foi nesse lampejo que Alexandre descobriu ser uma criança e não o que a mãe lhe havia dito ser. Ficou feliz, tão feliz que decidiu chorar escondido por todos os outros dias que seguiriam sua vida até o momento em que tivesse que se deparar com as árduas feridas da vida, mas isso ele decidiu deixar pra pensar depois. Porque o que queria mesmo era sentir esse dia, era escutar a sinfonia das árvores que rompiam o silêncio absoluto daquele lugar, o que desejava agora era sentir o abraço da alma que agora lhe segurava pela cintura, dando-lhe um frio que aquecia o pequeno coração fraco. Decidiu esperar Lucas na porteira para lhe contar o que aprendera nessa manhã. Ficou sentado em um monte de feno até o dia ir embora, mas o irmão e o Pai não voltaram naquele dia, seriam eles os causadores das feridas que a mãe lhe falara, seriam eles que estariam para sempre cravados em seu corpo como uma lasca de madeira fina que toda vez tocada lhe causaria dor. Seriam eles as pedras que rolariam no barranco agora profundo do seu coração. E agora Alexandre definitivamente entendera a sentença pronunciada naquela triste frase gélida que não mais aqueceria a sua alma. O tempo agora se encarregara de abraçar esse pobre corpo, depois de causar tamanha desorganização na fragilidade desse menino de coração fraco. Deixemos agora Alexandre na esperança de um dia bom, na companhia da sua alma que não exitará em proporcionar a esse garoto um dia a mais com chuvas no telhado e ventos nas folhas da mangueira. Deixemos Alexandre na quietude dos pensamentos de um rapazinho, enquanto desenterro palavras para fazer esse dia terminar não com a fraqueza desse coração, nem com a verdade estabelecida pela mãe, mas com argumentos persuadidos de uma alma que salvará esse menino, que construirá castelos de pedra quando areia faltar, que trará passarinhos nas suas arvores em uma contemplação que será magia apenas para um garoto de coração fraco que se tornou rapazinho.


ESTE CONTO É DE UM GRANDE AMIGO, QUE AMA O QUE FAZ, SEI DISSO SÓ DE OLHAR PARA SEUS LINDOS OLHOS QUE BRILHAM O TEMPO TODO, É INCRÍVEL COMO SABE APROVEITAR O VIDA DE UMA MANEIRA TÃO BONITA, NÃO DEIXEM DE LER, VALE A PENA, AFINAL ESTARÃO PRESTIGIANDO UM AMANTE DAS LETRAS!!!!!!!!